sexta-feira, 6 de junho de 2008

O preço da Amazônia

O preço da Amazônia
por Gilberto Amaral - JB ON LINE

Valeu como registro histórico e para marcar posição perante o cenário mundial a afirmação, alto e bom som, do presidente Lula, de que a Amazônia brasileira tem dono, e que este dono é o povo brasileiro: os índios, os seringueiros, os pescadores, todos nós que somos brasileiros. Portanto, os abelhudos que destruíram suas riquezas naturais e que hoje são responsáveis 70% da poluição do planeta, podem tirar o cavalinho da chuva que nós sabemos muito bem o que fazer para diminuir o desmatamento e preservar nossas riquezas. Para isto, não precisamos da colher de pau de seu ninguém. A menos...
Pra não dizerem que somos avessos a diálogo, que somos egoístas, ou que não queremos cooperar com o esforço mundial para a preservação do planeta Terra ou outras milongas que escondem a ganância no que é alheio ou que não temos capacidade de negociação, vão aí algumas premissas que já foram expostas tanto pelo no ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, como por outro humanista confesso, o hoje senador pelo Distrito Federal, Cristovam Buarque, fixando as premissas para a internacionalização da Amazônia pretendida pelas grandes potências.
Minc diz que aceita negociar, desde que se internacionalize também Nova York e Paris. A turma topa? O senador Cristovam Buarque fixou seus limites em artigo publicado em 2000, adiantando que “como humanista” era a favor da internacionalização da Amazônia. Assim como também era a favor de internacionalizar as reservas de petróleo do mundo, libertando-as dos países que arbitrariamente reduzem a extração ou sobem o preço, ou de internacionalizar o capital financeiro global, sujeito a manobras dos especuladores.
Era igualmente a favor da internacionalização dos museus como o Louvre, guardiões das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. E também de Nova York, como sede da ONU, e de Paris, Veneza, Roma, Londres e Rio de Janeiro, patrimônios da humanidade, sem se esquecer do arsenal nuclear norte-americano, instrumento perigoso demais para estar sob controle de um só país.
Claro que, tanto as declarações do ministro Carlos Minc como as do senador Cristovam Buarque, são um “chega pra lá” no assanhamento dos interlocutores estrangeiros que hoje se arvoram em santos protetores do meio ambiente, antecipando a gula pelo domínio da riqueza vital do Universo, que é o ar que respiramos. Por hora, pela ordem mundial vigente do estabelecimento de estados soberanos, a Amazônia é nossa. E somente ao povo brasileiro compete os seus cuidados

Nenhum comentário: